quarta-feira, 19 de março de 2008

Oasis, começando uma nova era no rock

Arctic Monkeys, The Coral, Kasabian, The Cribs, The Strokes... areia do mesmo Oasis


Oasis, banda criada pelos irmãos Gallagher no início da década de noventa, nunca teve vergonha de suas origens. Noel Gallagher, guitarrista e compositor da grande maioria das músicas de grande sucesso do Oasis, em suas primeiras entrevistas já falava da importância de bandas como o quarteto fantástico, também conhecido como The Beatles. para a existência do Oasis. Neil Young, The Kinks, Rolling Stones e The Who foram as fortes influências dos anos 60/70. Humble Pie, The Jam (Paul Weller), Sex Pistols, e The Stooges, anos 70/80. Inspiral Carpets, Primal Scream, Stone Roses (Ian Brown ensinou a pose de Liam Gallagher, vocalista do Oasis), Happy Mondays, The Smiths... a lista que se refere a virada de 80/90 é infinita. E isso são somente bandas já mencionadas por eles.

O Oasis mostra suas influências, muitas vezes, não somente nas músicas. Já falaram em entrevistas muito bem de seus "criadores". Mas também, com muito humor e arrogância, ridicularizaram Keith Richards (guitarrista dos Rolling Stones), Paul McCartney e Ringo Star (ironicamente, o baterista convidado da banda, hoje em dia é seu filho, Zak Starky) e Deus (como uma referência ao que John Lennon disse sobre os Beatles serem mais famosos que Jesus Cristo). No entanto, desde o início da banda que o Oasis terminava os seus shows com as músicas I am the Walrus (Beatles) ou My Generation (The Who; após a morte do baixista do conjunto, John "Thunder Fingers" Entwhistle, talvez o maior baixista do rock dos anos 60). Na época que o conjunto começou a terminar cada apresentação com Rock ´n Roll Star, sempre tinha a presença da canção Hey Hey, My My (Neil Young). A lista de covers também é interminável, vamos de Rolling Stones (Street Fighting Man) a The Smiths (There is a Light that Never Goes Out).

A banda está agora na melhor fase de sua carreira, documentário/ show Lord Don´t Slow Me Down lançado e disco novo a caminho
. Este é o momento de sentar e esperar. Será?

Aí é que vem o verdadeiro "oasis". Depois de mais de quinze anos de carreira, se a banda é do tamanho do Oasis a de se deixar sementes. Jovens que ouvem o som e não só falam que querem ser "Oasis", mas que, levado pelo estilo arrogante de ser que tanto admiraram dos irmãos Gallagher, querem ser melhores que "Oasis"! Querem fazer covers de músicos das "antigas" ou até do Oasis (que pra eles se classifica como das "antigas") só que melhores. Isso se exemplifica no caso da versão de Wonderwall do Ryan Adams (músico de Folk americano) que após se apresentar com Noel Gallagher na plateia, o guitarrista do Oasis, que já não suportava sua própria versão da música, começou a tocar somente a versão do músico americano. O The Strokes, suposta banda que trouxe de volta o rock para as rádios (acredite nisso quem quiser...), no começo de sua carreira foi se apresentar em um festival que o Oasis nem ia se apresentar, mas quanto Julian Casablanca ficou sabendo que Noel e Gem Archer (guitarrista base do Oasis) estavam no local, procurou os músicos para pedir autógrafo.

Mas esses são artistas que provavelmente os Gallaghers não tiveram nada a ver com o surgimento, só foram um complemento. No entanto, três bandas que se tornaram hits mundiais, "apadrinhadas" pelo Oasis foram o Arctic Monkeys, The Killers e Kasabian (todos já estiveram no Brasil). Todas muito elogiadas por Noel Gallagher, as bandas são de caráter arrogante, falam o que pensam em entrevistas e músicas e se vestem como nos anos 60, dando muita importância pro visual, sem parecer. O som: rock ´n roll, um rústico, quase Sex Pistols, o outro, mais anos 80, teclados fortes e guitarra altamente distorcida, e por fim, as fortes batidas semelhantes ao ritmo que se houvia no cenário de Manchester no início dos anos 90. O Kasabian transmite a mesma força que o Oasis transmitia no início de sua carreira, em palco. Arrogantes em palco, a energia transmitida pelo som traz de volta todo o cenário da cidade Natal dos Gallagher. E em turnê juntos viraram grandes amigos, com frequentes participações de Noel no maior hit (Club Feet) do Kasabian. O Arctic Monkeys, diz a lenda, se formou durante um show do Oasis, enquanto o The Killer scomenta como o britpop teria acabado por completo se não fosse pela banda.

Na verdade o parágrafo que antecede a esse cita somente as mais famosas aqui no cenário brazuca. A lista segue: The Coral, Travis, Maximo Park, Kaiser Chiefs, The Cribs, Graham Coxon (sua carreira solo, ex-Blur), Cotton Mather, Gomez, Libertines (e aquele louco do Pete Doherty)... Muitos desses foram contemporâneos da banda, como Travis e o Graham Coxon, e não coloquei as que foram "influenciadas" a acabar por causa do grande sucesso da banda. Só coloquei bandas que de alguma maneira mencionaram o Oasis como elo de formação ou criação do conjunto.

Então pronto. O que fazer enquanto não sai o disco novo do Oasis. Esperar ouvindo rock ´n roll de primeira qualidade, e colher os frutos neste "oasis" músical.

Fique aqui com o mais recente single do Oasis: Lord Don´t Slow me Down

O grande fanatismo pela banda

[via FoxyTunes / Oasis]


sexta-feira, 14 de março de 2008

Paul Weller: punk, jazz, brit-rock... três décadas de sucesso

Paul Weller, no mercado fonográfico desde os anos 70, sempre inovando, sempre melhorando

Paul Weller

Paul Weller Hammersmith Apollo London 9th March 2005

[via FoxyTunes / Paul Weller]


Em 1977, um jovem de 17 anos criou uma banda com seu pai como empresário. Muito ligado ao movimento punk, o the Jam, que nunca aderiu a rótulos, disputou mercado com bandas como o Sex Pistols e o Joy Division. Com seu primeiro disco In the City e o fenômeno vendas All Mod Cons a banda aumentou seu alcance musical e criou seguidores por toda a europa. O the Jam chegou nas festas, quando passou de power trio, para uma banda acompanhada por sopros e um punk-jazz sempre surpreendente.



Meados década de 80, apaixonado pelo jazz, Paul Weller, começou o Style Counsel (com a intenção de perseguir o som mais estiloso possível). Para fazer do Style Counsel uma banda e não um projeto, e com o argumento de que precisava de um espaço para crescer e mudar, espaço que um banda punk não lhe dava. Então veio o fim do the Jam, no pico de seu sucesso, muitas dúvidas e choro (principalmente do baterista). Com uma banda virada para o soul, com base em sopros, teclados, bateria e baixo agora Paul Weller começava a ser reconhecido como genial no mundo do soul e grande letrista romântico e político. O vocal de Weller se escondia atrás de backing vocals. Seus grandes hits vieram do álbum Café Bleu e a música Long Hot Summer pode ser ouvida em rádios nacionais de soft rock até hoje. Nesta época, Weller disputava mercado com bandas como Depeche Mode, e, ironicamente, o New Order (nova banda dos membros do Joy Division após o suicícdio de Ian Curtis).



No início da década de 90, após o fim do Style Council, Paul Weller resolveu usar tudo que aprendeu em suas duas décadas musicais para começar uma carreira solo. Em seu primeiro disco, Paul Weller, nada mais apropriado começar com seu nome, resumiu sua carreira em pouco menos de uma hora. Desde o que viria até onde se posicionaria. Faria um rock/ soul jamais ouvido, porém com influências, e influenciaria o movimento brit pop com desde som, a cortes de cabelo e roupa. Seu vocal, agora mais rouco, também era novidade para a época, onde bandas como o Blur, buscavam a perfeição vocal.



Seus primeiros discos obtiveram muito sucesso, criticamente aclamado, e no momento em que lançou sua maior obra de arte, Wild Wood, duas palavras e uma banda o tiraram de campo: Definetly Maybe da banda Oasis (como fez com o Verve, o Stone Roses e, por mais que até hoje os membros não admitam, o Blur). No entanto, não houve antagonismo entre as bandas. Paul Weller gravou o famoso solo de guitarra de Champaigne Supernova e Noel Gallagher, guitarrista do Oasis, gravou algumas vezes e participou de diversos shows do artista. Aliás o guitarrista do Oasis considera Weller uma de suas grandes influências e um grande amigo (acreditem ou não).



Hoje Paul Weller está no topo de novo. Com o cd 22 Dreams para ser lançado, As is Now, seu último cd de inéditas, recebeu ótimas repercussões dos fãs e da crítica. Fazendo turnês sempre com músicas de suas três fases e seu eclético cd de covers (que vai de Wishing on a Star a All Along the Watchtower) e lotando arenas. Músicas como Town Called Malice (The Jam) e Shout to the Top (Style Counsel) já se tornaram hinos britânicos, assim como Changing Man (solo) e sua versão de Wishing on a Star.

Vídeos das três fases (escolha a sua)

Paul Weller plays 'Wild Wood' (Um dos maiores sucessos de sua carreira solo)

[via FoxyTunes / Paul Weller]



the jam - that's entertainment

[via FoxyTunes / The Jam]


Mais pra frente farei as mini-críticas, mas assistam os vídeos e procurem, pois não conheço uma pessoa que o tenha ouvido e não gostado de pelo uma de suas fases.

Paul Weller & The Style Council - Shout To The Top (live)

[via FoxyTunes / Paul Weller]

terça-feira, 11 de março de 2008

Mini-críticas: Weezer - O verdadeiro EMO, nerd e Rock combinam, quem é Rivers, trancando Harvard e se concentrar em uma banda de rock...

Primeiro explicando o que são as mini-críticas: Levando em consideração que este Blog começou no fim de 2007, algumas coisas tem que ser postas em dia. Bandas como Weezer, Oasis, Supergrass, White Stripes e (a já citada aqui) Queens of the Stone Age tem tanta importância para o cenário da música como Hot Chip, Shit Disco, The Cribs e Lightspeed Champions. Essas bandas que já tem alguns trabalhos lançados devem ser conhecidos antes que seus recentes lançamentos serem comentados.

weezer

weezer

[via FoxyTunes / Weezer]



Vamos então ao Weezer. Banda criada por Rivers Cuomo no início dos anos '90, logo tachada como uma novidade na época, um "novo" estilo: EMO (termo jogado de um lado para o outro para definir o estilo das piores bandas no mercado atual). Hoje você pode até ser EMO, com um toque de maquiagem e um penteadinho específico. O Weezer no entanto, apresentava fortes distorções em suas guitarras e disfarçavam suas palavras de amor (sem êxito, pois esse estilo criou uma legião de fãs, entre esses, brasileiros, como o Los Hermanos, vergonhosamente emulando o som da banda americana em seus primeiros dois discos).

O mais novo disco do Weezer está sendo mixado neste momento então vou aproveitar para falar dos trabalhos já apresentados pela banda:

Weezer - 9/10: Conhecido como o álbum azul, por ter uma capa azul e não ter nome (parece óbvio, mas sim a banda se refere ao álbum como "the Blue Album", assim como os fãs), na capa os quatro integrantes se apresentam sem guitarras ou maquiagem, só em pé, com cara de... bom, não tem outro jeito, nerds. O som no entant, vai contra a imagem. A primeira canção, My Name is Jonas, começa com poucos segundos de um riff limpo até entrar uma parede de distorção, e assim por diante. O primeiro single lançado pela banda, Undone (Sweater Song), inova com uma conversa no fundo de um clamo riff de guitarra, até entrar o refrão com guitarras a toda força. A música que conquistou a grande massa de fãs banda entretanto, teve seu clipe lançado no disco de instalação do Windows 95, Buddy Holly, onde o diretor Spike Jonze pôs a banda tocando no cenário do programa "Happy Days", montagem muito bem feita, com direito a interação do público com a banda e dança do Fonzie. A música conquistou a nação e abriu alas para músicas como Say it Ain't So e In the Garage (lado nerd, fala de Dungeons and Dragons, bonecos do X-men, e posters da banda predileta de Rivers, o KISS). O lado EMO (verdadeiro) vem com a música Holiday.
Para
a sua playlist: Say it Ain't So, Holiday, Only in Dreams

Pinkerton - 10/10: Acho que a coisa mais contestável que já escrevi nesse Blog é essa nota. A receita desse disco , lançado em '96, dois anos após o lançamento de Weezer, fazer o contrário do primeiro. Enquanto o primeiro disco falava de romances mais inocentes (tudo bem esse ainda fala um pouco), esse disco começa com Tired of Sex, que tem Rivers reclamando de fazer muito sexo e não conseguir achar um verdadeiro amor. Getchoo traz um estilo de rock nunca visto pelos fãs da banda (a, cantem Todo Carnaval Tem Seu Fim nos versos de Getchoo, dica para os fãs de Los Hermanos). Pink Triangle, é sobre o amor de Rivers por uma lésbica, El Scorcho e Across the Sea tem como tema o amor por uma japonesa inalcançavel. The Good Life, reclama de sair da vida boa. No entanto, a banda brilha nas últimas duas, Falling for You, enquanto Rivers reclama de ser um farsante na música (tecnicamente), mostra a sua mais complexa do disco, um pouco de influência dos Beatles. Butterfly é uma bela balada no violão, também novidade para os fãs. Ambas muito românticas, na verdade, a banda já assumia um posto EMO com as belas melodias compostas na época do mainstream americano.
Para
a sua playlist: Across the Sea, Falling For You, Pink Triangle, Good Life, Falling For You, Getchoo, Butterfly (um disco nota 10 não aparece todo dia, vale escutar inteiro)

Sem muito sucesso na mídia, Rivers Cuomo voltou para faculdade (Harvard!!!).

Weezer (Álbum Verde) - 8/10: Sim, outro Weezer (2001, cinco anos depois!). Não tão bom quanto os dois primeiros, mas ainda assim, um ótimo trabalho, mais aceito pela mídia, mas não pelos críticos. Realmente, a banda não parecia estar tão inspirada, todos os solos de guitarra são a melodia antes cantada (todos). Mando uma mensagem para os críticos: o disco é divertido! E isso é o Weezer a seriedade os destruiria (como será visto no próximo trabalho). Hash Pipe, Photograph e Island in the Sun. Qualquer banda no mundo gostaria de ter pensado em pelo menos uma dessas músicas. O tema EMO só se manteve na parte melódica, mantendo o romantismo em poucas faixas e o lado nerd só é visto nos videoclipes (lutadores de sumô e filhotinhos de animais selvagens). O lado b do disco também não peca, Simple Pages e Glorious Day, rock puro e vocais tão bem harmonizados na música Smile, que foi comparada a uma música sertaneja por um amigo meu, e essa comparação foi um grande elogio. O Girlfriend fecha o disco com chave de ouro, inocente (até um certo ponto, triste), sentimentos de um término de um relacionamento com fortes vocais. Essa é o perfeito exemplo da faixa EMO e porque hoje em dia o termo é tão distorcido.
Para
a sua playlist: Hash Pipe, Photograph, Smile e é claro Island in the Sun

Maladroit - 5/10: A seriedade deste disco até hoje não faz sentido pra mim. Lançado quase no ano de lançamento do álbum verde, 2002, Maladroit só não foi um grande desastre por causa do lado A do disco. Take Control e American Gigolo são ótimas músicas de rock mas não se comparam a Getchoo e Hash Pipe (mas se for pra comparar vai ficar chato). Então duas outras salvam o disco (mesmo): Keep Fishin', a do clipe dos "Muppets", e Dope Nose, das gangues de motoqueiros orientais. Slob é péssima, Rivers apresenta vocais exagerados e deprimentes. Burnt Jamb é boa, salva o lado b com Slave e Love Explosion, mas são difíceis de chegar com faixas entres elas como Space Rock, Fall Together. Possibilities é bem pra cima, mas sabe quando você percebe que só você gosta da faixa? Logo, não sei se recomendo essa... Se chegar em December, a última, aproveite, pois é uma excelente faixa. A conclusão é que o vocal de Rivers está fraco nessas últimas faixas e parece que a banda se concentrou mais no instrumental do que no que vende a banda, diversão. O disco foi destruído pela mídia e crítica.
Para
a sua playlist: Keep Fishin', Dope Nose, Take Control e December

Make Believe - 9/10: Com todos os fãs traumatizados, procurando a mais nova Buddy Holly, lançado em 2005, Make Believe teve ótima repercussão na mídia e crítica que variaram (ou amaram ou detestaram). Beverly Hills, filmado na mansão da playboy, teve o Weezer, mais uma vez no topo das paradas americanas. O disco em si, é muito parecido com o estilo do álbum verde com muitas canções divertidas de se ouvir e poucas letras maliciosas (ao contrário de Pinkerton). A voz ficou sempre em primeiro plano com nos primeiros lançamentos. No entanto, na época de seu lançamento, o Weezer já estava entrando em um mercado em que o seu estilo teria que mudar, pois agora disputava com o novo EMO, Green Day (maquiado), Panic! at the Disco, My Chemical Romance e outros. O disco, então, tem algumas novidades bem aceitas, como o estilo mais anos '80 de This is Such a Pity, uma influência das bandas inglesas em Best Friend, mais riffs e menos parede de distorção, parece com Supergrass, e, concluindo o disco, talvez uma das melhores músicas já feitas pela banda, Haunt you Every Day, música com base no piano e forte guitarra no refrãoe, harmonias perfeitas, a voz de Rivers da a música o drama necessário. e a volta ao piano após o solo de guitarra vale o preço do cd. É importante lembrar da belíssima canção que mostra o lado mais sutil da banda em Freak me Out, sem distorção e com gaita, outra novidade instrumental. Sim as guitarras acalmaram, mas ouvindo o Maladroit isso foi uma melhora. Fica então a espera do disco novo e reina a curiosidade.
Para a sua playlist: Beverly Hills, This is Such a Pity, Perfect Situation, Best Friend, Freak Me Out, e Haunt You Every Day