sexta-feira, 9 de maio de 2008

Notícia Trágica - pra variar a música é culpada

Essa notícia é uma notícia bem triste, mas esclarecedora.

Uma notícia horrível foi fornecida pela www.nme.com: Hannah Bond, uma jovem de 13 anos, do Reino Unido, se suicidou ao enforcar-se. O médico legista, ao declarar sua morte, impôs a idéia de uma relação com uma certa obsessão com estilo musical EMO. Sua morte foi rapidamente ligada a essa obsessão, por falta responsabilidade (e bem, criatividade...) de seu pai. Se culpar nunca é a opção.

Pois é, então vamos culpar os outros, pois problemas psicológicos, não podem ser. Então sobrou o maior culpado de todos os tempos (por tudo). A música.

A música molda a pessoa, cria uma identidade visual, estilo de falar, andar, e até grupos sociais. Na Inglaterra, anos 60 haviam os Mods , os Rockers. Nos anos 50/60, EUA, haviam o rockabilly e o folk/ country. O Punk, o Britpop, o Grunge..... posso continuar pra sempre. Muitos movimentos voltaram, se misturam ou sumiram.

O grande culpado pela morte de Hannah Bond foi o EMO. Esse movimento começou no início dos anos 90 com bandas com Lemonheads, Radish e Weezer. Era completamente diferente. A parte sonora parecia uma mistura de Nirvana, Smashing Pumpkins e os anos 60/70. O cenário da época causava um problema no reconhecimento musical do estilo, pois o grunge era o rock do momento. Bandas como o Radish foram tachadas como Grunge. Logo, as letras sentimentais ganharam espaço e o EMO foi crescendo.

Quando o Nirvana morreu, o Smashing Pumpkins ganhou território, até terminar (até rolou o Zwan, mas isso é outra história). A banda virou influência forte, maior que beatles, Rolling Stones e Beach Boys. Na década de 2000 o estilo EMO se misturou com o som e aparência do Smashing Pumpkins, criando um novo estilo de se vestir, se maquiar, até de agir. Esse novo EMO teve como pioneiros a banda My Chemical Romance ("apadrinhados" pelo Green Day), que se recusam serem tachados nesse estilo. Veio o Panic! at the Disco com seu enorme sucesso e o EMO se concretizou. Até demais, bandas como o 30 Seconds to Mars juram que não são EMO, mas pela maquiagem, que usam foi determinado que são.

Voltando a Hannah Bond, seu pai rapidamente culpou o EMO, sua filha amava o My Chemical Romance, pelo suicídio de filha. Admito que um pai precisa de uma válvula de escape em um momento complicado como esse, então deixe ele culpando o EMO, desde que não seja tão radical. Ozzy Osbourne, por exemplo, recebeu um dos grandes processos da vida dele em uma situação semelhante. Temos nos bilhões que amam músicas de todos os tipos, nem todo metaleiro é violento, nem todo Glam é gay, nem todo mundo que ouve Reggae é maconheiro e, certamente, nem todo EMO é suicida.

Meus pêsames para toda a família de Hannah Bond.
R.I.P.